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CARBONO OCULTO

Segundo a força tarefa, cerca de 40 fundos são suspeitos de serem utilizados pelo PCC e suas gestoras são os alvos

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CUIABÁ

Agentes da Receita Federal durante operação na Reag - Foto: Rubens Cavallari/Folhapress

A empresa Reag Investimentos, administradora de um fundo que detém negócios com as empresas da família do governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), foi alvo nesta quinta-feira (28) da Operação Carbono Oculto da Polícia Federal por suspeitas de operar com recursos da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

Segundo a força tarefa, cerca de 40 fundos são suspeitos de serem utilizados pelo PCC e suas gestoras são os alvos.

A Reag Trust Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários S.A. administra desde 29 de maio deste ano o fundo Venture Finance de Investimento em Direitos Creditórios, que nasceu como 5M Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios. Até o início deste ano, a principal cotista do fundo era a empresa Minerbrás Mineração, detentora de 15% das cotas.

Anteriormente, o fundo ligado à Minerbras Mineração era administrado pela Acura Gestora de Recursos, que administrou fundos como o Lotte Word e Royal Capital, responsável por receber R$ 308 milhões do Governo de MT.

A Minerbrás tem como sócios Luis Antônio Taveira Mendes, filho do governador, e a Sollo Mineração S.A.

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A Minerbrás Mineração funciona na Fazenda Ajuricaba, em Nossa Senhora do Livramento. A propriedade foi adquirida por Mauro Mendes e por Silval Barbosa. Segundo a delação do ex-governador, a compra ocorreu em troca de preferências do antigo proprietário nas contratações do programa de asfaltamento MT Integrado.

Documentos do próprio fundo Venture Finance mostram que a Minerbrás Mineração cedeu notas promissórias (de nº 1/55 a 55/55), com valor de R$ 19,2 milhões, ao 5M Fundo de Investimentos (atual Venture Finance). O valor total da operação com as notas promissórias foi de R$ 19.278.487,09.

Essas notas promissórias tinham vencimentos previstos entre 21 de outubro de 2024 e 20 de abril de 2029. As Notas Promissórias foram registradas na carteira do fundo no período de 30 de abril de 2024 a 01 de outubro de 2024, e já se encontravam em fase de execução.

O fundo mudou sua denominação social de 5M Fundo de Investimentos para Venture Finance em 15 de agosto de 2024.

Curiosamente, o Venture Finance recebe investimentos de um terceiro fundo, denominado Coliseu Fundo de Investimento em Direitos Creditórios, que também investe no Lotte Word, o fundo que recebeu R$ 154 milhões do Governo do Estado, metade do valor de um acordo entre a Procuradoria Geral do Estado e um escritório de advocacia de Cuiabá, que comprou direitos creditórios da Oi S.A. por R$ 80 milhões e recebeu do Estado R$ 308 milhões.

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O Lotte Word FIDC com um valor de R$ 76 milhões, representa 69,17% do patrimônio líquido do Fundo Coliseu. O Venture Finance, com um valor de R$ 34 milhões, representa 30,83% do patrimônio líquido do Fundo Coliseu.

A Reag Investimentos afirma que atuou como prestadora de serviços de fundos citados na operação e que nunca se envolveu nas atividades econômicas dos clientes.

O que diz o Governo

A reportagem tentou contato com o Governo para ouvir manifestação sobre o caso, mas não obteve resposta.

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Governo contratou banco suspeito de ligação com o PCC para operar em MT

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O governo de Mato Grosso contratou o BK instituição de Pagamento S/A, o BK Bank, para gerir cartões do programa MT Garante, voltado à transferência de renda para agricultores familiares. O dinheiro vem do Fundo de Apoio à Agricultura Familiar (FUNDAAF), operado pela empresa pública Desenvolve MT.

O contrato foi publicado na última segunda-feira (25.08) antes de ser desencadeada uma série de operações pela Polícia Federal, Ministério Público de São Paulo e Receita Federal, que é considerada a maior operação contra o crime organizado do país.

Segundo as investigações, a BK Instituição de Pagamento é amplamente utilizada pela organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), inclusive por usinas sucroalcooleiras e distribuidoras ligadas ao grupo, para ocultar a origem e destino de valores, utilizando “contas bolsões” que inibem o sistema antilavagem de capitais. Foram identificadas “procurações cruzadas”.

A informação fiscal de dentro da operação apontou a responsabilidade de indivíduos ligados à Reag Investimentos e e à Altinvest nas dinâmicas fraudulentas envolvendo fundos de investimentos e a BK Instituição de Pagamento.

O BK Bank foi contratado através do Edital 02/2025 da Desenvolve MT. O Governo estima gastar R$ 62 milhões com o programa de cartões de pagamento e a instituição financeira ganhará um percentual em cada transação, por oferecer a tecnologia para o serviço. A estimativa é de que receberá R$ 1,8 milhão, com uma taxa de 3,10%, 42% de desconto em relação ao valor previsto no edital (5,35%).

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O BK chegou a ser desclassificado na licitação por razões técnicas, mas apresentou recurso e conseguiu ser habilitado. Segundo a equipe técnica da licitação, a BK não conseguiu atender à Prova de Conceito. “A empresa não comprovou o atendimento integral aos requisitos do Plano de Aplicação da POC e na respectiva ficha de avaliação”, diz.

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Empresa foi reabilitada na licitação

A partir de então, entra em cena a irmã do prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), Caroline Manoela Brunini Moumer Gonçalves, assessora jurídica da Desenvolve MT, e uma das responsáveis por reabilitar o BK Bank. Em documento assinado por ela e outras quatro pessoas constatou-se que a BK poderia ser habilitada.

“Observa-se que a empresa BK Instituição de Pagamento S.A. demonstrou pleno conhecimento das exigências estabelecidas para a Prova de Conceito, apresentando, durante sua demonstração, justificativas quanto à execução de determinados itens, os quais poderão ser ajustados conforme as necessidades operacionais do objeto”, diz a decisão que reformou a primeira decisão para inabilitar a empresa.

Operação Carbono Oculto

A Receita Federal e órgãos parceiros deflagraram, na quinta-feira (28.08), a Operação Carbono Oculto, tratada como a maior operação contra o crime organizado da história do país em termos de cooperação institucional e amplitude.

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O objetivo da ação é desmantelar esquema de fraudes e de lavagem de dinheiro no setor de combustíveis. Estão na mira da investigação vários elos da cadeia de combustíveis controlados pelo crime organizado, desde a importação, produção, distribuição e comercialização ao consumidor final até os elos finais de ocultação e blindagem do patrimônio, via fintechs e fundos de investimentos.

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Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em cerca de 350 alvos – pessoas físicas e jurídicas – localizados em oito estados: Mato Grosso, São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio de Janeiro e Santa Catarina. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) também ingressou com ações judiciais cíveis de bloqueio de mais de R$ 1 bilhão em bens dos envolvidos, incluindo imóveis e veículos, para a garantia do crédito tributário.

O que diz o Governo

A reportagem tentou contato com o Governo para ouvir manifestação sobre o caso, mas não obteve resposta. A reportagem não conseguiu contato com a irmã do prefeito de Cuiabá, também citada no texto. O espaço segue aberto.

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